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COMUNICADOS DE IMPRENSA
Embora o cultivo de soja continue sendo um fator importante no desmatamento e conversão de ecossistemas naturais, a ONG Earthworm Foundation e a trader Louis Dreyfus Company (LDC) estão colaborando para o abastecimento responsável brasileiro à França.
- Lançada em maio de 2023, essa colaboração inédita visa a importar para a França, durante um período de um ano, farelo de soja brasileiro verificado de acordo com a metodologia Zero Deforestation or Conversion (ZDC) equivalente a 30% das importações da LDC na França.
- Desenvolvida pela Earthworm Foundation, a metodologia ZDC estabelece que a soja importada não está ligada ao desmatamento ou à conversão de ecossistemas naturais após 1º de janeiro de 2020.
- Transportado pela LDC, o farelo verificado ZDC estará disponível no mercado francês para os fornecedores de ração.
- O projeto faz parte do novo Regulamento Europeu contra o Desmatamento e a Degradação Florestal (EUDR), cuja fiscalização entrará em vigor em 30 de dezembro de 2024. De fato, a metodologia ZDC propõe um escopo mais amplo de aplicação, levando em conta não apenas a análise do desmatamento, mas também da conversão de ecossistemas.
- Até o momento, a colaboração já levou à verificação de quatro navios cargueiros, carregados de farelo de soja da infraestrutura da LDC no Brasil:
- O MV Kyzikos, que partiu em 12 de maio de 2023 de Paranaguá e chegou a Lorient em 31 de maio.
- O MV Palais, que partiu em 4 de julho de 2023 de Paranaguá e chegou a Lorient em 27 de julho.
- O MV Andermatt, que partiu em 17 de agosto de 2023 de Paranaguá e chegou a Lorient no dia 8 de setembro.
- O MV TUO FU 8, que partiu em 15 de outubro de 2023 de Paranaguá e chegou a Montoir em 16 de novembro.
"Diante da situação preocupante de desmatamento contínuo e conversão de ecossistemas no Brasil, a mobilização de todas as partes interessadas no setor é mais necessária do que nunca para permitir que o mercado mude para a soja responsável", disse Fabien Girard, diretor regional para a Europa da Earthworm Foundation.
"Estamos muito satisfeitos com esta colaboração sem precedentes com a LDC e o progresso significativo resultante na rastreabilidade da soja importada para a França. Este projeto mostra que agora é possível importar soja ZDC e, assim, permitir aos atores franceses e europeus o consumo direta ou indiretamente de soja sem o risco de contribuir para o desmatamento ou a conversão de ecossistemas notáveis no Brasil", acrescentou.
A LDC está comprometida em acabar com o desmatamento e converter vegetação nativa com alto valor de conservação para fins agrícolas em todas as suas cadeias de suprimentos até o final de 2025.
"Promover práticas responsáveis e sustentáveis em cadeias de suprimentos complexas, como a soja, impõe desafios que não podemos enfrentar individualmente. Como tal, é imperativo que cada elo da cadeia de valor, incluindo os players europeus, se envolvam financeiramente com os agricultores brasileiros, para que eles possam atender às exigências legislativas europeias que vão além do marco regulatório brasileiro", disse Raphaël Latz, diretor administrativo da Louis Dreyfus Company France e diretor europeu de distribuição. "O engajamento ativo e a estreita colaboração de empresas e partes interessadas mais abaixo na cadeia, como a LDC e a Earthworm Foundation, são, portanto, de suma importância", completou.
Este projeto também recebeu o apoio da Lactalis France, que está empenhada em sensibilizar os seus parceiros e produtores para o seu fornecimento de ração.
A metodologia ZDC é um protocolo para verificação do risco de desmatamento/conversão de fluxos físicos de soja. Ele estabelece que a soja importada não está vinculada ao desmatamento ou à conversão de ecossistemas naturais, legais ou ilegais, após o prazo de 1º de janeiro de 2020.
Sua implementação consiste em quatro etapas:
- Coletar informações de rastreabilidade do importador e de seus fornecedores para rastrear a origem do fluxo de soja do navio cargueiro até as áreas de produção.
- Avaliar o risco de desmatamento/conversão associado aos volumes de soja. A avaliação é feita em dois níveis: os municípios produtores e as fazendas, caso os municípios estejam em risco. Essa avaliação é possível graças aos dados de imagens de satélite fornecidos pela Agrosatélite, e é realizada em toda a cadeia produtiva, inclusive nas áreas de mistura.
- Verificar a consistência das informações para avaliar o risco para toda a soja contida na carga.
- Propor um plano de ação de gestão de riscos. A análise dos fluxos permite destacar as melhorias necessárias, por exemplo, na rastreabilidade ou na gestão de não conformidades, a fim de aumentar a participação dos volumes de soja ZDC para as próximas cargas.
Desde 2020, a Earthworm Foundation coordena o Manifesto da Soja, iniciativa que visa a reunir todas as partes interessadas do setor em torno de compromissos concretos para alcançar 100% de fornecimento de soja, cujo controle físico garante que ele não esteja vinculado a práticas legais ou ilegais de desmatamento e conversão.
Nossa visão é de um setor de soja que seja positivo para a natureza e para as pessoas – onde os ecossistemas sejam protegidos e os direitos humanos sejam respeitados.
O cultivo da soja é uma das principais causas do desmatamento tropical importado.[1] Esteve ligado a cerca de 9% do desmatamento na América do Sul entre 2000 e 2016.[2]
Particularmente o Cerrado Brasileiro, um bioma único no mundo, já perdeu 50% de sua vegetação natural e agora está desaparecendo mais rápido do que a Floresta Amazônica.[3] Estima-se que o desmatamento contribua com cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa.[4] É uma das principais causas das mudanças climáticas.
Em 2020, a indústria agroalimentar francesa importou cerca de 3 milhões de toneladas de farelo de soja – destinado em grande parte à alimentação animal para a produção de carne, ovos e leite – a maioria (57%) proveniente do Brasil.[5]
[1] Fonte: WWF (2021) : "Quand les Européens consomment, les forêts se consument".
[2] Fonte: Harvest and Rainforest Foundation Norway (2022) : "The State of the Soy Industry".
[3] Fonte: Greenpeace (2017): "Soja et déforestation".
[4] Fonte: Rainforest Alliance (2018): "Quel est le lien entre déforestation et changement climatique ?".
[5] Fonte: IDH, The Sustainable Trade Initiative (2022) "European Soy Monitor; Insights on European uptake of responsible, deforestation, and conversion-free soy in 2020".
Sobre a Earthworm Foundation
A Earthworm Foundation é uma organização internacional sem fins lucrativos que colabora com empresas, sociedade civil, comunidades locais e governos para reduzir o impacto ambiental e social das cadeias de suprimentos. Trabalhamos nos cinco continentes para restaurar florestas, regenerar solos e proteger comunidades onde matérias-primas como cacau, óleo de palma, algodão, madeira, soja e outras são produzidas e extraídas. Apoiamos as empresas no desenho de políticas de fornecimento responsável e na implementação de soluções que respeitem o meio ambiente e as pessoas.
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Contato com a imprensa: Raphaël Fiorese | r.fiorese@earthworm.org
Sobre Louis Dreyfus Company
Fundada em 1851, a Louis Dreyfus Company é uma trader e processadora líder de produtos agrícolas. Nossa rica história de know-how, combinada com uma extensa rede de ativos, nos permite fornecer aos nossos clientes de forma segura, confiável e responsável. Nossas atividades abrangem toda a cadeia de valor, desde a produção agrícola até os consumidores, com a seguinte gama de produtos e serviços: cereais e oleaginosas, café, algodão, sucos, arroz, açúcar, fretes, soluções de carbono, insumos agrícolas e ativos financeiros. Todos os anos, ajudamos a alimentar e vestir cerca de 500 milhões de pessoas, processando e transportando cerca de 80 milhões de toneladas de produtos agrícolas. Presente em mais de 100 países, a Louis Dreyfus Company emprega aproximadamente 17.000 pessoas.
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